nossa história
O Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras foi criado em 2014 por Giovana Xavier e surgiu do desejo de congregar mulheres negras de diferentes áreas para construção de uma rede feminista negra engajada na produção de conhecimentos e promoção de ações com foco em comunidades negras, suas experiências e histórias.
Neste primeiro momento, em conjunto com as professoras Azoilda Loretto da Trindade (ancestral), Celia Cristo, Claudielle Pavão, Janete Santos Ribeiro e Marta Muniz Bento promovemos um conjunto de reuniões abertas, que tinham como foco definir as feições do grupo, discutindo tanto as possibilidades e limites de nos definirmos como Intelectuais Negras quanto as ações de formação interna e externa que poderíamos desenvolver.
Apostando na promoção de ações diversificadas em escolas, universidades e na mídia, tais quais campanhas, cursos, eventos, projetos, programas de ensino, extensão, pesquisa e reuniões de formação continuada em gênero e feminismos negros, o grupo tem contribuído para o reconhecimento das múltiplas identidades e experiências de gênero, raça, classe, sexualidade em torno do ser mulher negra.
INTEGRANTES
Giovana Xavier
Área/História e Pesquisa Ativista
Formação profissional
Em reverência às ancestrais nas quais ancoro minhas costas...
Sou filha de Sonia Regina Xavier da Conceição, neta de Leonor Xavier da Conceição e sobrinha de Elenir Xavier das Dôres.
Dos meus muitos lugares...
Mãe do Peri, professora, pesquisadora ativista, feminista negra, amante da corrida, da música, da dança. Graduada, mestra, doutora em História, respectivamente pelas Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense e Universidade Estadual de Campinas, com estágio de doutoramento sanduíche na New York University. Pós-doutorado (UFF) e Professora Adjunta da Faculdade de Educação da UFRJ na cadeira de Didática Especial e Prática de Ensino de História. Idealizadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ, autora da disciplina acadêmica “Intelectuais Negras: escritas de si, saberes transgressores e práticas educativas de Mulheres Negras” e coordenadora do Programa de Educação Tutorial Conexões de Saberes PET Diversidade UFRJ – grupo de ensino, pesquisa e extensão composto por bolsistas universitários negros e cotistas. É docente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (ProfHist UFRJ), onde leciona e orienta trabalhos acadêmicos em escravidão, pós-abolição, gênero, raça, feminismos, interseccionalidade e transgressões nos currículos. É pesquisadora associada do Grupo de Estudos Cultura Negra no Atlântico (Cultna/UFF), do Núcleo de Desconstrução de Gêneros (Degenera-UERJ) e do Laboratório de Estudo e Pesquisa em Ensino de História (LEPEH UFRJ). Como pesquisadora ativista dedica-se à criação de metodologias e práticas educativas para a sala de aula, entre as quais se destacam “História Transgressora”, “Ateliês Biográficos Intelectuais Negras”, Diários de Bordo – Narrativas Negras na Primeira Pessoa”. É autora de diversos artigos acadêmicos sobre experiências, trabalhos e histórias de mulheres negras. Junto com Juliana Barreto Farias e Flavio Gomes, organizou o livro Mulheres Negras na escravidão e no pós-emancipação (Selo Negro, 2006) e assina a organização da coletânea Histórias da escravidão e do pós-abolição para as escolas (EDUFRB e Fino Traço, 2016). Como intelectual pública, assina o blog Preta ‘Dotora’ e é uma das colaboradoras das Blogueiras Negras e do Conversa de Historiadoras. A partir da compreensão de que a produção de saberes científicos é uma forma de ativismo, auto define-se como afroempreendedora acadêmica, uma vez que tem como foco contribuir para formação acadêmica de intelectuais negros e negras.
Atuação profissional
Consultoria, gestão de projetos e pesquisa em escravidão, pós-abolição, gênero, raça e reeducação das relações étnico-raciais, revisão textual, formação de professores e produção de textos para jornais, revistas e blogs nas áreas de especialidade citadas.
Contato
PESQUISADORAS ASSOCIADAS
Daiana da Silva
Profissão: Professora da Educação Infantil
Ano de ingresso no PPGE: 2018
Mulher negra, afrofeminista, cientista social formada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e mestranda em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, na Linha: “Currículo, Docência e Linguagem”. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras, sob orientação da Profª. Dr.ª Giovana Xavier. Com experiências como educadora popular em uma instituição feminista chamada Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA) e no Projovem Adolescente em 2012, iniciei o estágio no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), onde atuei como assistente de pesquisa. Atualmente integro a Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Nova Iguaçu como professora da Educação Infantil e a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro como professora de Sociologia, além de participar da Coletiva Feminista Luiza Mahin. Mestra em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, com a dissertação Professoras Negras: autoria e protagonismo na construção de práticas educativas antirracistas e decoloniais na educação infantil (2020).
Resumo da pesquisa:
A presente dissertação tem como objetivo compreender de que forma professoras da educação infantil protagonizam e elaboram práticas educativas antirracistas e decoloniais. Considerando o fato de que mulheres negras se organizam em diversos espaços de forma estratégica para visibilizar vozes coletivas e individuais historicamente silenciadas. Assim, tais sujeitas têm ocupado e potencializado os ciberespaços, tornado-os lugares seguros para mobilizar e compartilhar experiências, discussões e ações que constituem a luta antirracista. Com base nos debates de intelectuais negras como Azoilda Loretto da Trindade, bell hooks, Conceição Evaristo, Lélia Gonzalez, Nilma Gomes, analiso as postagens do grupo virtual Educação Infantil Antirracista do Facebook, no qual as professoras participantes compartilham projetos e práticas educativas antirracistas, tendo como ferramentas, entre outras, livros infantis em que personagens negras/os são protagonistas. Por fim, alinhada às discussões sobre autoria e “narrativa na primeira pessoa”, apresento uma atividade que desenvolvi com minha turma da Educação Infantil. Isso foi feito com base nas experiências de ensino, pesquisa e extensão vividas no Grupo Intelectuais Negras UFRJ e nas trocas virtuais dentro do grupo Educação Infantil Antirracista. Nesse sentido, ressalto que a interlocução com essas autoras aprimora a metodologia de trabalho da escrita de si, nos marcos dos feminismos negros e decoloniais, assim como contribui para conferir visibilidade às questões ausentes das produções hegemônicas. Entre elas: o trabalho intelectual de mulheres negras. Nesse caso específico, professoras da educação infantil.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4735319339096316
Evelyn Beatriz Lucena Machado
Profissão: Professora de História
Ano de ingresso no PPGEH: 2016
Professora de História, cria da escola pública e defensora da educação com afeto como ferramenta de combate às muitas opressões e de transformação social. Graduada em História (Bacharelado e Licenciatura Plena) pela UFRJ onde atuou como bolsista de iniciação científica e docente. Possui experiências na pesquisa documental sobre as trajetórias de pessoas escravizadas no Rio de Janeiro (século XIX) e na elaboração de oficinas pedagógicas sobre ensino de História e educação antirracista.
Estagiou no Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi professora voluntária no Pré-Universitário Comunitário da UFRJ (PU-UFRJ). Coautora do artigo “Abolição muito além da princesa: os negros tomam a frente desta luta” presente na coletânea “Histórias da escravidão e do pós-abolição para as escolas”. É docente na Educação Básica.
Mestra em Ensino de História pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (PPGEH-UFRJ) com a dissertação “Josefa Moçambique, Clara Rebolo, Joaquina de Nação e Quitandeira Monjolo: novas narrativas para o ensino de História da escravidão” (2018).
Resumo da pesquisa
A pesquisa tem como objetivo trabalhar no ensino de História as agências e experiências de mulheres negras africanas escravizadas. Partindo da premissa que o Ensino de História da escravidão ocupa um lugar de fronteira entre a história social da escravidão e a Educação (MONTEIRA; PENNA, 2011), desejo contribuir na construção de outras memórias e identidades negras na educação básica. Para tal, proponho uma metodologia de trabalho que valoriza o uso de fontes históricas que oportunizam conhecer as muitas histórias da população negra feminina no Rio de Janeiro oitocentista. Lançando mão de anúncios de fuga do periódico Diário do Rio de Janeiro (1830 a 1832), a pesquisa propõe a construção de materiais pedagógicos que contribuam para a luta antirracista na Educação, fortalecendo assim o trabalho com a Lei nº 10.639/03.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6202518990634818
Aline Costa dos Santos
Professora, mestranda pelo ProfHistoria desde 2018
Mulher negra e moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Formada em licenciatura em História (pela FEUDUC) e mestranda em História (ProfHistória – UFRJ). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras, sob orientação da Profª. Dr.ª Giovana Xavier. Professora de História no ensino fundamental I na rede municipal de Nova Iguaçu e de História, Filosofia e Sociologia na rede Estadual do Rio de Janeiro.
Título da pesquisa: RESGATANDO AS NOSSAS HISTÓRIAS - DISCUTINDO AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NAS ESCOLAS
Resumo da pesquisa
A presente pesquisa busca mapear o protagonismo de algumas professoras negras de escolas de educação básica que realizam o movimento emancipatório nas escolas e tentar mostrar que, assim como o Movimento Negro, as trajetórias delas também tem influência e funcionam como um ativismo nas escolas.
O currículo de História passa por momentos de disputas e tensionamentos, principalmente ao se tratar sobre os temas de relações étnico-raciais e gênero, visto que aqueles que por muito tempo tiveram seus personagens e histórias apagados e silenciados estão em busca do seu espaço de protagonismo e de descolonização do pensamento dentro das escolas.
Pâmela Cristina Nunes de Carvalho
Profissão: Educadora e Produtora Cultural
Ano de ingresso no PPGE: 2018
Mulher negra, Favelada, Historiadora e Professora de História (formada pelo Instituto de História/UFRJ). Educadora, Produtora cultural e Mestranda em Educação (PPGE/UFRJ). É bolsista de Mestrado do Projeto personagens do Pós-Abolição (Capes Memórias Brasileiras). Integra os grupos Companhia Mariocas, Tambores de Olokun e o Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ. Colabora no eixo Arte, Cultura, Memória e Identidades da Redes de Desenvolvimento da Maré. É conselheira da Rede Nami e apresenta o MAR de Música (Museu de Arte do Rio). É fundadora do Quilombo Etu, projeto de educação antirracista a partir das culturas populares afrobrasileiras. Foi produtora do Centro de Artes da Maré onde concebeu e produziu o Cine Conceição, projeto que visa ser um espaço de cinema, debates, acolhimento e encontro. Essa iniciativa articula o trabalho da escritora Conceição Evaristo às potências de corpos que são historicamente marginalizados e que se tornam agências de resistência e transformação. Exerceu a função de Educadora Plena no Museu de Arte do Rio e possui experiência em formação e gerenciamento de equipes. Trabalha no âmbito da educação e da produção cultural, além de desenvolver pesquisas sobre relações étnico-raciais, gênero, educação anti-racista e novas epistemologias a partir das culturas populares afro-brasileiras.
Mestra em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, com a dissertação “ ‘Eu piso na matamba’: epistemologia jongueira e reeducação das relações raciais” (2020).
Resumo da pesquisa
A presente dissertação tem como objetivo discutir práticas de/em em educação ligadas à descolonização do pensamento e à construção de novas epistemologias. Dividido em três capítulos, o texto parte do reconhecimento das produções decoloniais na educação, culminando na criação de um conceito ao qual denomino epistemologia jongueira. No primeiro capítulo percorro um caminho que conecta minha trajetória com trajetos de outras intelectuais negras. Caminhos estes costurados pelo jongo. No segundo momento, refaço trilhas do jongo que evidenciam permanências e transformações em suas práticas. Em paralelo, elenco trabalhos importantes para a construção de um campo acadêmico sobre a história desta manifestação cultural de afirmação. Esses estudos contribuem para que o jongo seja percebido como fruto da criatividade, resistência e inventividade negra. Já na terceira parte, aprofundo o conceito de epistemologia jongueira, baseado nas relações entre jongo, academia e educação como prática de liberdade. Esta pesquisa é desenvolvida no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ e insere-se no Projeto Personagens do Pós-abolição, contando com financiamento na forma de bolsa de mestrado CAPES.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5407210804684168
Anne Nunes
Profissão: Professora
Ano de ingresso no PPGE: 2018
Mulher, branca, mãe da pequena Laura. Professora há 15 anos na rede privada de ensino. Historiadora formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharela em Ciências Sociais pela mesma universidade e Especialista em Ensino de História da África e culturas afro-brasileiras. Autora de materiais didáticos de Sociologia desde 2008 para o Ensino Médio pela Irium Editora.
Mestra em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, com a dissertação “Como contar histórias que não são minhas?Meninas negras e seu protagonismo na escola privada” (2020). Resumo da dissertação:
A presente dissertação busca explicitar os impactos da interlocução entre conteúdos eurocentrados e a ação de meninas negras num espaço escolar privado. Esses efeitos se dão tanto em suas existências quanto nas subjetividades e de outros sujeitos que ali interagem. E para, além disso, convidam a pensar e identificar os efeitos dessas práticas através das falas, produções em sala, e dentro do ambiente no reconhecimento de sujeitas e de seus corpos e mentes que circulam e interagem visíveis e atuantes em suas intelectualidades ao questionar os efeitos de um ensino
eurocentrado sobre a população negra abre caminho para a busca de uma prática pedagógica que suscite discussões e temáticas em sala de aula.
E faz pensar e identificar os efeitos dessas práticas através das falas, produções dentro desse ambiente escolar no reconhecimento de sujeitas e de seus corpos e mentes que circulam e interagem visíveis e atuantes em suas intelectualidades. Dessa forma, as meninas negras de uma escola privada em Niterói protagonizam esta pesquisa a partir de novas ações na reeducação das relações etnicorraciais. Sua existências e demandas tornam-se centrais nesta pesquisa partir do momento em que direcionados material didático e conteúdos curriculares a partir do feminismo decolonial.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4000316464193935
Sylvia Souza
Professora de educação infantil e deficiência visual
Mulher negra, Pedagoga (Faculdade de Educação – UERJ), Orientadora Educacional e Pedagógica e Professora de Educação Infantil no ensino especializado de crianças com Deficiência Visual (Instituto Benjamin Constant – Rio de Janeiro). Atuo como colaboradora no curso de Produção Material Didático Especializado para pessoas com deficiência visual do Instituto Benjamin Constant. Integro o Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ. Desenvolvo produções acadêmicas sobre a reeducação das relações raciais, educação infantil e personagens negras da literatura infantil. Mestra em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, com a dissertação:
“Abioye, Bruna e Cora: Uma proposta de reeducação das relações raciais na literatura infantil” (2019).
Resumo da pesquisa
A presente dissertação tem como objetivo analisar três obras literárias infantis que apresentam personagens negras como protagonistas: Cinderela e Chico Rei, Bruna e a Galinha D´Angola e O cabelo de Cora, assim como apresentar uma proposta de trabalho com reeducação das relações raciais. Cabe ressaltar que o itinerário da investigação dá-se em diálogo com a Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, assim como com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010), que versam sobre o reconhecimento, a valorização e o respeito à interação das crianças com as histórias da cultura africana. Nessa direção, analiso as personagens que nomeiam a dissertação à luz dos referenciais teóricos da interseccionalidade, dos feminismos negros e decoloniais, problematizando questões de gênero, raça e classe, tanto na literatura quanto na educação infantil e no mercado editorial. Por fim, apresento as oficinas. Tais oficinas estão em sintonia com os princípios do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ, de valorização da autoria de professoras na sala de aula, de compromisso com a educação pública e com a produção de relações simétricas entre escola, movimentos sociais e universidade.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/8205417447662835
DESIGNER GRÁFICA PARCEIRA
Maria Julia Ferreira
Área: Design
Comunicadora Visual (Escola Belas Artes da UFRJ) Designer Têxtl - Senai Cetiqt e diretora de Arte da UHUM Design, responsável pela produção áudio visual de Grupo Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras (GINUFRJ).
Responsável pela direção de arte de diverso projetos ligados a cultura afro-brasileira.
Portifólio: mariajuliadesigner.com